27.6.08

Alexandra, Psicóloga social e das organizações, Luxemburgo

Sou licenciada em Psicologia Social e das Organizações, pelo ISCTE (geração 1998-2002) e trabalho no Luxemburgo, no departamento de formação de uma multinacional de auditoria. Descobri este blog e resolvi partilhar a minha história também.

Ainda na faculdade apaixonei-me pelo meu actual marido, e decidimos passar o resto da vida juntos. Quando acabámos os cursos, no mesmo ano, sentámo-nos a pensar: o que é que vamos fazer na/da nossa vida? E fizemos as seguintes escolhas:
1. Trabalhar na área da nossa preferência, no meu caso RH/formação, no caso dele gestão.
2. Ter 4 filhos, e estar presentes na educação deles
3. Ter uma casa grande (não enorme, mas para 4 filhos, estão a ver...)
4. Quando os putos estiverem criados e emancipados, trabalhar em fundações de desenvolvimento, ou (no meu caso) abrir um café.

E estabelecemos metas temporais para estes objectivos, e definimos o que seria preciso para as atingir. Fizemos as clássicas análises swot e planeamentos a 5, 10 e 15 anos.

Desta análise, tornou-se evidente que este país não servia - temos um dos piores desenvolvimentos económicos da Europa, salários muito abaixo da média europeia, um sistema administrativo, fiscal, de saúde e de educação muito mau, pouquíssimos apoios à família e à maternidade e um custo de vida elevado.

Então pensámos, "onde é que vamos encontrar a antítese disto? Onde é que será fácil realizar estes objectivos ambiciosos?". Com o bendito espaço Schengen, a Europa é o nosso país!

Voilá, no Luxemburgo, que tem os salários mais elevados da Europa, uma máquina administrativa simples e eficaz, um bom sistema público de saúde, enfim, resumindo, todos aqueles pontos atrás mencionados.

E como é que chegamos lá? Pois, seria boa ideia arranjar emprego numa multinacional onde pudéssemos pedir transferência interna.

E foi o que fizémos. E cá estamos.

De ressalvar que quando saímos de Portugal tínhamos ambos uma situação profissional muito boa, comprámos casa, estávamos bem integrados socialmente, não estávamos desempregados nem com a corda na garganta.

Mas queríamos mais e melhor, e por isso fomos para o Luxemburgo. Aqui vivemos melhor, com salários muito confortáveis e uma qualidade de vida sem comparação.

E pronto, é isto. Acho que o que faz confusão às pessoas é o facto de a nossa cultura nacional ser tão avessa ao planeamento e à definição e prossecução de objectivos que até custa a crer numa história destas.

aphneves@gmail.com

29 comments:

Anonymous said...

Olá, Alexandra.
Não quero parecer "perturbador", mas... a forma como escreve torna tudo simples, quase demasiado simples.
Vou ter que lhe fazer uma pergunta... (ou duas)
1º- Que golpe de sorte permitiu que ambos fossem trabalhar para a mesma empresa, ainda por cima uma multinacional, e ainda por cima em posição de rapidamente conseguirem transferência para o mesmo país, e logo esse país?
2º- Qual era o vosso background familiar/financeiro?
Eu também tenho passado por este blog, e não creio que narrar histórias "muito fáceis" sem as contextualizar muito bem seja o estímulo moralmente mais correcto para aqueles que pensam em experimentar um país estrangeiro, mas om um mínimo de segurança.
Escrevi isto sem ironias ou arrogâncias, mas ficaria muito contente se recebesse resposta e se ela não revelasse uma verdade que me pareceu ter ficado meio oculta no post.

Ass.: JS, Aveiro

Anonymous said...

pois também gostava de saber como arranjaram esses super empregos....logo os dois membros do casal!

Anonymous said...

Parece uma história da Cinderela, toda ela cheia de sucessos. Não me parece real...

Anonymous said...

,Parabéns pelo sucesso rápido. Nem parece que se passou em Portugal actual,a não ser que tenha muita sorte.
Mas vou dar-lhe os parabéns pelo bom planejamento da vossa vida.Hoje em dia poucos devem planejar tão bem a vida em comum. Também organização com gestão só deve dar tudo de bom.Que de facto isso tudo dê certo. Parabéns

Anonymous said...

É assim algo tão surreal? Andam a ver muito jornal da TVI

Anonymous said...

Acho que os comentários anteriores explicam bem a situação. A história fica no ar sem se conseguir perceber o que aconteceu de facto. Estas histórias devem ser contextualizadas e bem explicadas. Isto não é um mero mural onde cada um se vem gabar do que conseguiu.

Desta forma será pedir muito que seja explicado de forma objectiva o que foi feito e os passos dados (fazer análise, entrar em multinacional, pedir transferencia... é muito vago e sem valor acrescentado!)

Uma pequena adenda, o Luxemburgo não tem os ordenados mais elevados da Europa, tem sim um DOS ordenados mais elevados da Europa. Sendo assim porque foi escolhido o Luxemburgo e não outro país onde as condições requeridas sejam ainda melhores? (porque os há)

lee said...

Ol� Alexandra,

Ainda bem que as coisas lhe est�o a correr como planeou. :)

� bom saber de hist�rias que correm bem! D� �nimo a todos!

Parab�ns!

Leonor GO, Porto

Anonymous said...

A Alexandra sabe o que quer e isso e' muito importante. Valoriza o salario, o sistema e os apoios (e manda abaixo de uma forma injusta a meu ver, a situacao portuguesa). Tudo bem, mas a familia, os amigos, a boa comida e boa gente, a praia e os dias de Sol, a imperial e a caracolada, o queijinho da serra como entrada no restaurante, o peixe fresco e bom. Eu vivi 6 anos na Holanda e agora chega. Ate do ceu estrelado eu tenho umas saudades inexplicaveis! Num ponto estamos de acordo, ha' que ir la' para fora para podermos comparar e saber mesmo o que queremos.
ps: nao eh preciso assim tanta sorte p ter a vida da Alexandra. As oportunidades aparecem a quem anda atento e trabalha duro p atingir os seus objectivos. A unica coisa que a historia dela esconde e' muito suor e sacrificio.

Anonymous said...

Suor e sacrificio? Não será antes "barões de Portugal?"Para o André :-,olhe que não ,olhe que não, célebre frase deixada por outro barao de Portugal.
A maioria dos portugueses ,não devem andar nada atentos,claro, têm de andar a contar os trocos!.Haja paciência.

mnvalente said...

Nao percebo os anonimos anteriores que acham esta historia irreal. Qual e' a dificuldade em acreditar que um licenciado portugues consegue um bom emprego em qualquer pais da Europa e em qualquer pais do mundo ocidental?

Super emprego e' um lugar onde podemos desenvolver um trabalho interessante e ainda ser bem pagos por isso? Entao nesse caso, ha muito se perdeu a nocao do que deveria ser um emprego em Portugal. Ser bem pago nao tem nada de super, e' absolutamente normal.

A nivel mundial em todos os sectores faltam profissionais capazes. E' facil para um portugues licenciado encontrar um bom emprego, isso e' que e' moralmente correcto dizer.

Parabens Alexandra

Anonymous said...

As historias anteriores explicam o que foi feito, o erasmus isto, o estágio profissional aquilo. Depois a procura pela oportunidade lá fora, a entrevista... enfim, explicam realmente o que se passou.

Esta historia é tudo muito simples, fez-se a análise, Luxem burgo (pq? porque sim), fomos, cá estamos...
Qual a mais valia desta historia? Nenhuma! Alguem pode usar esta historia para se inspirar? Não!
Alguem pode seguir os passos dados? Não!

No fundo este blog é sobre pessoas que tiram o curso em PT e vão trabalhar lá para fora. A forma como o processo se desenvolveu, como correu ou está a correr a experiência, tudo isso é parte fundamental da historia.
Vir aqui e ler sobre alguem que diz simplmesmente, estudei isto, fui para uma empresa qql, mudei-me, estou bem... enfim... não tem nada de novo.

Anonymous said...

O Leonardo diz: "Esta historia é tudo muito simples."
Precisamente. Não me parece que a saída para um país estrangeiro seja fácil, simples. Veja-se o caso da Irlanda e, usemos como exemplo, os profissionais de Enfermagem ou de TI, altamente procurados por lá. Ora, mesmo com esta procura, terreno fértil, qual seria a probabilidade de os 2 membros dum casal conseguirem colocação na mesma altura, na mesma empresa? Repito: os dois, na mesma altura, na mesma empresa.
E depois, na Irlanda chove muito, o inglês é diferente do que se aprende nas escolas ou pratica nas viagens de férias, as pessoas bebem "pints" em vez de irem jantar, os hábitos de consumo são diferentes... enfim, tudo aquilo que sempre influencia qualquer situação de mudança.
E assim...
Bom, eu voltei para ver se a Alexandra tinha cá vindo esclarecer as minhas dúvidas do primeiro comentário, mas volto pelo mesmo caminho.
Seria interessante ter esse esclarecimento, e faria justiça à existência deste (magnífico) blog, não acham?

por JS, Aveiro

Maffa said...

Acho que muitos dos comentários a esta história estao muito brutos, exigentes e nada delicados... Se eu fosse a Alexandra já nao tinha vontade nenhuma de responder a nenhuma das dúvidas com comentários tao tristes e mesquinhos. Isto é um blog onde cada um escreve da sua experiência... e explica o que quiser. Os leitores que passam deviam aproveitar o que há para aproveitar e nao vir cheios de ataques e exigencias de explicacoes. Acho eu... Vamos manter a boa onda.
Boa sorte Alexandra e Parabéns!

Anonymous said...

Aqui fica um excerto do Comunicado I porque parece que há pessoas que não leram as regras:

"Não pretendo que o GAP seja um depósito de vidas espalhadas pelo mundo que não conseguiram (sobre)viver em Portugal. Penso que queremos todos mais do que isso."

Desta forma compreende-se porque há pessoas a fazerem os tais "comentários brutos".
Esta historia é o conto de fadas da cinderela.
Um casal apaixonou-se na faculdade, foram trabalhar para a mesma empresa (é muito facil ser selectivo a este ponto como todos sabem), fizeram a análise, foram para fora (ficando tudo sobre esta parte por esclarecer).
Será pedir muito a uma pessoa que escreva uma historia de forma objectiva?! Muitas pessoas antes conseguiram-no...

O que se passa aqui nada tem a ver com ataques ou o negativismo portugues, é simplesmente a indignação pela forma como esta historia ficou por contar dado que o que foi descrito nada revela de valor para quem a lê.

GAP said...

a mudanca para outro pais nao tem que ser dolorosa nem dificil. ha casos em que de facto e', tem que se lutar por um emprego, por uma casa, por um visto. ha casos em que nada disso e' problema, em que tudo corre sobre rodas. conheco bem os dois casos e garanto-vos que o segundo nada tem de menos bom que o primeiro. alias, e' bastante melhor! mas e' verdade que para muita gente conseguir alguma coisa sem sofrimento nao e' valido. como para mim e', interessam-me tambem essas historias, e ainda bem que elas existem.

Anonymous said...

Está provado que o Euromilhões existe, e está provado que há quem acerte.
Senhores felizardos que acertaram, querem vir aqui contar a vossa magnífica história de sucesso, para ficarmos todos inspirados pelo vosso exemplo, e sermos mais felizes? (e quem sabe, seguindo a mesma fórmula, atingirmos o mesmo resultado?)

por JS, Aveiro

Anonymous said...

Desculpem o tom do comentário anterior. Tinha lido outros comentários e... saiu.
*
O esforço, o risco, o trabalho, o método, tudo isto deve ser partilhado para poder ser replicado por outros, que possam estar a precisar duma mudança e de auxilio para saber como fazê-lo.
Já a sorte ou a existência de condições especiais que nos favorecem devem ser guardadas para nós, ou então devemos ter o cuidado de evitar que sejam tidas por outros como exemplos a seguir.
Isto porque, por serem dificilmente repetíveis, podem conduzir a opções erradas e irreversíveis, e ao fracasso não apenas profissional como pessoal.
Eu já vi isto acontecer. Eu já vi alguém mudar de emprego e de país atrás do exemplo fácil transmitido por um "bem sucedido" que, afinal, se tinha esquecido de mencionar "apenas" um pequeno factor que fazia dele o único em condições de ter o tal sucesso. Ele tinha ascendência naquele país e portanto usufruía de direitos especiais em termos de colocação nas instituições públicas locais.
É só isto que eu tenho estado a tentar esclarecer, porque bem sei como é fácil incentivar os outros a fazer como nós, esquecendo as diferenças decisivas; e como em muitos casos pode ser dramático dar um passo em falso.
Enfim, talvez tenha entendido o post da Alexandra duma forma enviesada, ou demasiado emotiva. Ou então, ando a exagerar nos noticiários, tenho que ver mais ficção...

por js-aveiro

Anonymous said...

Tenho de concordar com o js. O que se trata aqui não é do facto de a historia estar recheada de sorte e de ter tudo corrido bem. O que se trata é que está cheia de meias-verdades e de não focar o essencial.
No fundo o interesse deste blog é a partilha de experiências, no entanto esta historia que não passou de um vangloriar veio quebrar a rotina, e talvez por isso agitou tanto as àguas.
Resta-nos esperar que seja caso isolado e que as próximas historias sejam constructivas e que relatem as experiências, deixando as meias verdades de fora.

Anonymous said...

Indo directamente à questão fulcral:

- Como é que o casal consegue ir trabalhar para a mesma empresa, sendo que o elemento que nos escreve, a Alexandra, é inclusivé de Psicologia,um dos cursos onde há mais quantidade de licenciados no desemprego no nosso país:

1- Pelas vias formais como qualquer "comum dos mortais", enviando resposta a anuncio ou candidatura espontânea e depois passando pelo tradicional processo de selecção(Triagem Curricular,Entrevista(s) Testes, Dinâmicas de Grupo..., em igualdade de circunstâncias com todos os outros candidatos.

2- Pelas vias "informais", que só estão ao alcance de alguns - entenda-se amigos/familiares/conhecidos - em posição de poderem dar "aquele empurrãozinho" capaz de ajudar a abrir as portas da Multinacional.

Eu tenho um palpite...

NoKas said...

Et Voilá! Uma história simples, com objectivos simples e não difíceis de alcançar. A mobilidade não é má nem presunçosa. Parabéns e muito sucesso para o vosso futuro!

Anonymous said...

Como disse o MimProprio a questão fulcral é essa... um casal, acaba a licenciatura ao mesmo tempo (cursos diferentes ainda por cima), vão trabalhar para a mesma empresa (facil, muito facil) e a cereja em cima do bolo... decidem ambos ir para o Luxemburgo, ao mesmo tempo!, e a empresa diz "vão e sejam felizes..."

Como disse a nokas, uma historia simples e não dificil de alcançar... tão facil que qualquer pessoa consegue!

Apenas falta vir a fada madrinha para vir dar o toque de magia...

No Portugal real esta história estaria classificada dentro do factor C. CUNHA!

PS: e não venham dizer que é a inveja ou o facto dos objectivos planeados e blá blá blá que fa confusão... o que faz confusão é como uma história tão mal contada vem parar aqui, num local que se quer de pessoas sérias!

GAP said...

quantos de voces que acham esta historia tao mal contada tentaram sair do pais?

GAP said...
This comment has been removed by the author.
Anonymous said...

Eu considero esta historia muito mal contada. Não só pelas histórias contadas neste blog por outras pessoas, mas tambem porque ando a tentar sair do país há algum tempo e tambem por saber de imensas histórias de pessoas que tentam sair e não conseguem.

No fundo é perfeitamente normal um casal ir trabalhar para uma multinacional, e ao fim de algum tempo (não foi sequer especificado) irem ambos trabalhar para o Luxemburgo através dessa mesma empresa. E sim, trabalho numa multinacional, numa àrea existe bastante procura de profissionais qualificados. E nem por isso está a ser mais facil a saída.

Anonymous said...

Se é verdade que o relato aqui deixado pela Alexandra parece "fácil demais" e demasiadas coincidências felizes não acho correcto virem exigir explicações como se fossem a polícia ou, pior ainda, deixarem insinuações de que se foi simples foi porque havia cunha ou têm pais ricos. É no mínimo má-educação.

O blog é livre e n obriga os participantes a responder a um inquérito prévio para podermos comparar experiências e a riqueza dele vive também de como cada um conta a sua história.

Cada caso é um caso e se não concordam com o que um escreve podem escolher não ler e passar à frente.

Dito isto o que importa saber é:
O que é uma análise swot?

Anonymous said...

www.google.com
search term: swot analysis

Se escolher não ler e passar à frente já terei lido...

Se a historia parece "fácil demais" e tem demasiadas coincidências felizes é porque algo se passou... é errado vir para aqui contar uma coisa qdo na realidade aconteceu outra coisa.

Anonymous said...

www.google.com
search term: swot analysis

Se escolher não ler e passar à frente já terei lido...

Se a historia parece "fácil demais" e tem demasiadas coincidências felizes é porque algo se passou... é errado vir para aqui contar uma coisa qdo na realidade aconteceu outra coisa.

GAP said...

a meu ver, isto tornou-se a verdadeira inquisicao. insultos e faltas de educacao sao bem menos tolerados neste blog do que historias "mal contadas". a caixa de comentarios esta fechada. quem tiver comentarios, pode sempre enviar-me um email.

Anonymous said...

Em relação ao meu background, sou lisboeta, filha de pai viúvo licenciado. Fiz uma licenciatura numa universidade pública e nunca tive dinheiro para viajar para o estrangeiro de férias ou para fazer Erasmus. Acabei o curso em 2002, e o primeiro emprego que arrangei foi a fazer cursos de Educação e Formação de Adultos em Faro. Fui viver para Faro num quarto alugado, e quando fui para lá a empresa não tinha nenhuma estrutura nessa cidade. A minha primeira função foi encontrar e arrendar um espaço de formação numa cidade que ainda não conhecia, e durante a primeira quinzena a "empresa" funcionou nas instalações do IPJ e da Pousada da Juventude, onde estava hospedada. Quem já trabalhou a recibos verdes para empresas de formação financiadas pelo FSE sabe bem que é tudo menos fácil, e que os atrasos nos pagamentos (nessa altura) chegavam a ser de 4 meses (penso que hoje em dia ainda é mais). Fiquei lá um ano e meio, não gostava do trabalho, durante tempo continuei sempre a mandar cv's.
Voltei para Lisboa e como não arrajei trabalho noutra coisa, voltei a fazer o mesmo - cursos EFA, durante um mês e meio, a ganhar 500€, depois mudei para outra empresa onde o trabalho era um bocadinho melhor, mas ia ganhar 350€. Felizmente só fiquei lá cerca de duas semanas, porque chamaram-me para fazer um estágio profissional do IEFP. Este estágio era numa empresa muito pequena (5 pessoas), que também fazia formação financiada, desta vez pelo PRIME. Quantas das pessoas que acham que isto foi sorte estavam ainda inscritas no IEFP dois anos depois de terminado o curso, e quantas continuavam a enviar uma média de 15 cv's por semana?
Estive nesta empresa durante dois anos, em condições de trabalho más e com um mau ordenado (que ainda por cima só declarava em parte). Neste entretanto o meu namorado trabalhou como recuperador de crédito e como auditor em empresas pequenas. Entrou na empresa multinacional de auditoria em Dezembro de 2005, respondendo a um anúncio que eles puseram no seu site.
Eu entrei na mesma empresa em Março de 2006. Tinha-me candidatado a uma vaga lá em 2005 e não tinha passado na entrevista, por não ter experiência na área de recrutamento. O meu CV ficou lá em base de dados e quando surgiu a nova vaga (no departamento de formação), recebi o email de divulgação da vaga. Foi sorte? Talvez. Talvez a sorte favoreça as pessoas que nunca param de procurar emprego até conseguirem o que querem.
Entretanto o meu pai faleceu, e os cerca de 10.000€ que me deixou (no total de seguros de vida e contas bancárias, património não tínhamos à excepção de um automóvel) foram a entrada para o nosso apartamento, que pagámos sempre com o suor do rosto (o meu namorado também não tem pais ricos).
Na empresa onde trabalho existe uma base de dados interna com as oportunidades de mobilidade internacional que surgem, onde eu me inscrevi. Surgiu uma hipótese cá e vim, o meu namorado como é auditor teve facilidade de fazer um pedido espontâneo e ser aceite. Mas isso prejudicou-o na promoção.
As histórias podem sempre ser contadas de muitos pontos de vista, e ouvidas de muitos pontos de vista. Eu sempre fui trabalhadora, poupada e determinada, e acredito que foi isso, acima de tudo, que me fez triunfar - saber para onde queria ir e estar disposta a trabalhar para lá chegar.
Mais dúvidas? Mandem-me um email.

Obrigada,
Alexandra